Inveja A dupla face do atraso

                                  


No drama da origem, escrito pelo autor de Gênesis, relata-se uma famosa e primitiva cena da historia, onde dois irmãos são envolvidos pela névoa sombria do sentimento nefasto da inveja. Um deles foi a vitima, o outro o autor de um ato criminoso que teve a origem na profundeza do âmago do seu ser, resultando no primeiro homicídio após o banimento do paraíso. Segundo a historia relatada no livro de Gênesis 4:3-8, os irmãos Caim e Abel levaram ofertas, onde Caim levou algumas frutas enquanto Abel ofereceu uma das mais belas e gordas ovelhas do seu rebanho, segundo o relato a atitude de Abel foi bem vista aos olhos de Deus, quanto a Caim naturalmente se sentiu reprovado pela sua falta de empenho, o texto relata que a face dele manifestou o sentimento quase incapaz de ser camuflado, a inveja, o levando a projetar o assassinato de seu irmão.
Se formos analisarmos para os dias atuais, onde os valores do individuo é pesado pela posse, títulos, popularidade, e status conquistadas por muitos, em sua maioria com ardo esforço e zelo, o tornando uma referencia pelas conquistas materiais e imateriais, inevitavelmente estes que englobam o cenário dos bem sucedidos no meio da sociedade que o interage, com certeza já foi ou esta sendo alvo do sentimento negativo da inveja. Essa manifestação da pobreza de espirito atua em todos os níveis da interação humana, ninguém esta livre, seja ele estudante bem dedicado, funcionário público ou de empresas privadas, em suma até mesmo na própria família.
A manifestação desse sentimento é tão amargo que afeta a todos que estão em volta, aquele individuo que não consegue administrar seu pérfido sentimento e sai pulverizando o ambiente com sua energia negativa que não apenas afeta aquele que é seu alvo  mas como também a todos que convivem no seu circulo social. E assim ele faz vitimas diretas e indiretamente, resultando em uma alto agressividade a si mesmo, pois o invejoso se dilacera, têm seu Eu esmagado, constrói na sua áurea algo sombrio, semelhante a uma venda que o cega para os valores lúcidos, lógicos e positivos, tornando-se contemplador miserável da vida de outros e esquecendo de regar a planta mais bela que é sua própria vida, semelhante a Caim, ele mata a sua vitima mil vezes no abismo do silencio do seu ser angustiado, ele não se permite ser feliz com os valores que a vida lhe deu, pois todos nós trazemos consigo um dom especial adquirido durante a evolução a sua vida no ventre cósmico da existência.
É necessário que cada um de nós tenhamos um olhar de autoanálise para os diversos sentimentos que surgem no nosso ser, pois somos a manifestação da magia da vida, e tudo em nós vive um processo alquímico de plena transformação, onde os sentimentos negativos podem ser transformados em sentimentos positivos como o ódio que pode ser diluído em puro amor, inveja em aceitação do merecimento do outro por ter sido afortunado por riquezas materiais e imateriais a exemplo de um dom especial, que quando manifestado faz com que a vida seja celebrada em um espece de orgasmo quântico da existência, e tudo como várias nascentes segue o curso natural para derramar as aguas cristalinas lapidadas pelo diversos processos das transformações no oceano único da vida, Deus. Pois tudo se transforma em uma perfeita e necessária evolução, por esta razão não seria diferente termos primitivos relatos de um pobre Caim e de um zeloso, dedicado e por que não amável Abel.
E se olharmos para o nosso dia-a-dia, com pouca observação, notaremos o olhar de Caim em muitos que nos cercam, e com cautela buscaremos evitar que aqueles estão na condição do Abel não sejam vitimas das nossas pobrezas de espirito, que sejamos hoje e agora melhores para construção do amanhã.
Carlos Reis Agni 

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