Vítimas do tempo
Em
algum momento, o tempo começou a contar com uma precisão inacreditável,
tornando cada segundo um fator determinante para minha formação, geneticamente
falando, na adaptação bioexistencial para o meu existir nesta biosfera
terrestre, e com as horas e os dias aliadas ao tempo, que formaram meses , eu
nasci, descortinando o inacreditável, uma real ficção.
Foi
neste momento que o tempo se tornou o elemento inevitável para a minha
adaptação, fora da cápsula do útero maternal, como todos que renascem, eu surgi
faminto pelo oxigênio e com diversas necessidades, e a partir daí o tempo se
tornou em momentos um aliado, em outros um algoz, pois o tempo se tornou também
um elemento das minhas ansiedades, cada vez tornando-se a cada momento
direcionador que calculava os momentos em que eu interagia com toda a relação
natural dos encontros e desencontros que esta vida nos proporciona. Até o
momento onde a vida me levava a descobertas externas e internas em mim mesmo,
eu apenas vivi o conflito natural de quem se relaciona com o tempo, na
puberdade das mudanças naturais eu era ansioso para que o tempo passasse, e sem
perceber, eu vivia uma ilusória ilusão de controlar o tempo para minha
momentânea satisfação.
Foi
quando me deparei com a necessidade de tentar deter o tempo, pois me sentia
conduzido, levado pela velocidade do tempo que passava, tornando-se um algoz
que levava a juventude e me apresentava um processo transformador aliado a uma
experiência que me construía, moldado pela força da maturidade. E quando olho
pra tudo que vivi, e que o tempo em nenhum momento ficou distante ao meu
existir, percebo que o tempo silenciosamente nos questiona: O que tem feito do tempo que te dei para
viver e aprender? E que tempo você tem dado aos valores sutis da vida? Algo
simples, do ponto de vista daqueles que consideram grandiosos só os fenômenos
que os promovem a grandes conquistas, mas e quando não restar mais tempo? O que
lhe faltou para ser vivido em um curto período de tempo?
Logo tudo fica banal, posses, vaidade, egos
desenfreados e orgulhos doentios, e de repente o tempo sinaliza que na areia no
medidor do tempo seu tempo esta acabando, e você o que fez do seu precioso
tempo? Enxugou lágrimas? Ou as fez brotar na face de quem você não deu a mínima
importância? Mas ainda há tempo, pois analisando o tempo nesta vida, o seu
tempo é curto, mas o tempo da eternidade conta pelo medidor que transcende o
tempo, ainda há tempo pra você valorizar o seu tempo.
Carlos Reis Agni
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