Entre o Egoísmo a fé e o amor
A
fé motivada pelo cristianismo traz em evidencia o sentir da piedade tão
propagada na idade média, onde a suposta bondade dos clérigos surgia sempre com
a promessa de salvação sobre diversos rigores da doutrina imposta pela igreja,
e assim surgiram diversos movimentos religiosos, a inquisição que castrou por
mil anos ou mais a liberdade de expressão, como também a liberdade da busca da
livre harmonia do imperfeito imortal da tentativa de encontro com o eterno, o
qual simplificam-se com a expressão mais apropriada, Deus.
Toda
esta castração trouxe diversas heranças históricas que aprisionaram povos de
diversos lugares do ocidente e das Américas, como também algumas localidades do
oriente, por onde a doutrinação da igreja católica se afirmaram como base
religiosa propagadora da piedade cristã e das promessas subjetivas de em algum
lugar o encontro com o deleite celestial, e assim outros segmentos da extensão
da fé cristã nascidas através de outras correntes como o protestantismo
luterano deu seguimento a promessa de em algum lugar por méritos conquistados
através de ações que justificam a piedade e amor cristão levaria o individuo a
esse premio.
O contrário deste fortuno celestial seria a
amarga penalização em um inferno dantesco, onde o filosofo e pintor Dante Alighieri
descreveu em suas escritas filosóficas e obras de arte que deu uma ideia de
materialização do que seria o cenário imaginário do inferno, purgatório e
paraíso, elementos subjetivos que por séculos vem desenhando o estado de
existência extra vida terrena para os ditos “bons” e “maus”. Quando analisamos
a questão envolvida que refere-se a possível privilegio de um gozo celestial ou
um dano eterno de uma suposta realidade infernal, sinto-me provocado a uma
breve analise.
Em
que lugar? Onde colocaram o elemento mais profundo, eu posso dizer sublime, que
é o amor? Pois esse sentir, esse elemento metafisico, nada espera, nada cobra,
o amor definido pelo termo grego “ágape”,
o amor incondicional, algo divino, uma expressão que define o sentir celestial
que o homem mortal poderia vivenciar. Mas em uma breve observação, percebemos a
aguçada inclinação do individuo em um egoísmo que transcende as questões
materiais, onde ate mesmo os fatores “salvação” ou “condenação” resumem-se no
interesse de preservação da sua própria pele, ou seja, de sua condição futura
aos privilégios de uma promessa de salvação ou direcionamento ao inferno.
Nesse
ponto faremos uma delicada analise: E se não existisse inferno como
direcionamento a condenação? E se não existisse a promessa de um prêmio sublime
celestial, simplificando, o paraíso? Tornar-se-ia o individuo em diversos
seguimentos religiosos cristãos seguidores de Cristo simplesmente por amor? Sem
nada a esperar como premiação, mesmo se o inferno não existisse para queimar
eternamente a ideia da carne em um inferno tenebroso e angustiante, seria o
individuo seguidor do Cristo simplesmente por amor? Pois nada haveria o que
temer, e se a promessa de um céu como prêmio final galardão para um gozo eterno
não existisse? Cristo teria seguidores simplesmente pelo seu grandioso e eterno
gesto de amor que se tornou exemplo para toda uma medíocre e egoísta humanidade?
Será que o amariam simplesmente por ele ter deixado como exemplo o gesto mais
elevado do sentir que é “Amai ao teu
próximo como a ti mesmo sem nada esperar em troca do outro” ou ate mesmo
direcionarmos para o impossível para nossa espécie no momento de amar o próprio
inimigo? De que forma nos analisarmos? Estamos por séculos trilhando um caminho
de um expressivo egoísmo próprio camuflado por piedade e pincelado por uma
tonalidade hipócrita de uma falsa fé, sem nos auto avaliarmos, será que somos
apenas egoístas de preservarmos a nossa pele de um suposto inferno? Ou
simplesmente buscamos como verdadeiros discípulos do aprendizado do amor, e
sermos seguidores de Cristo simplesmente por ele ter mostrado o grandiosos
exemplo de amar sem nada esperar, ou estaremos entre aqueles o qual ele falou
em uma frase no evangelho: “ Ó homens de
mentes obtusas, até quando terei de estar convosco? Ate quando terei que vos
suportá-los?” Simplesmente para refletirmos sobre o amor.
- Carlos Reis Agni
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